terça-feira, 1 de outubro de 2013

EM ARARAQUARA, BERNARDINHO FOI ENTREVISTADO PELOS CAMPEÕES DA BOLA, E SIMNEWS

Via SimNews e Campeões da Bola



A delegação da Unilever chegou nesta segunda-feira a Araraquara, onde enfrentará a equipe da Uniara/AFAV nesta terça-feira, às 20h30, no Gigantão, pela estreia da Superliga Feminina de Vôlei, competição que reúne as maiores forças da modalidade no Brasil. À noite, a equipe se dirigiu ao local da partida, que, por exigência da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), recebeu uma cobertura móvel de borracha para ser utilizada na quadra durante os jogos da competição.

Entretanto, o clima chuvoso nestes dias em Araraquara fez com que o material ficasse úmido, impossibilitando o treinamento, que acabou transferido para o Ginásio da Pista. A partida, no entanto, não será desmarcada ou transferida se o problema persistir. A proteção móvel já foi removida e o jogo será disputado sobre o piso de madeira do ginásio. Após o treinamento da equipe carioca, a reportagem do Sim! News conversou com o técnico Bernardinho, maior campeão do voleibol nacional. Confira!

SIM! NEWS – Após alguns problemas, o jogo ficou definido no Gigantão. O que esperar desse jogo?
BERNARDINHO É um prazer estar aqui em Araraquara, cidade natal da minha esposa Fernanda Venturini e da família dela. É muito bom voltar aqui. Já a questão do Gigantão, o que acontece é que o piso está muito escorregadio. Tentamos treinar lá, não conseguimos, mas a madeira é espetacular e estamos pedindo autorização para a CBV para jogar sem o taraflex, com o piso original. O ginásio é muito bonito, aliás, poucos na Superliga têm a qualidade do Gigantão. Então esperamos fazer um bom jogo, pois sabemos que o público da região tem o interesse em assistir a partida. Temos alguns problemas, com jogadoras chegando da seleção brasileira, alguns problemas físicos e as estrangeiras se integrando agora. É o início de um percurso. É muito bom ter Araraquara de volta ao cenário do voleibol brasileiro, com uma equipe na Superliga. É importante estar aqui, apoiando esse projeto, fazer um bom jogo e com isso brindar a torcida do interior de São Paulo com um bom 
voleibol.

Você, como jogador, já tinha atuado no Gigantão?

Eu joguei em Araraquara, mas faz tanto tempo que eu joguei que eu não me lembro se foi no Gigantão. Acredito que sim. Mas ele está muito bonito agora, com as cadeiras, piso renovado. Vim aqui muito tempo atrás, me lembro que em 1983 jogamos aqui com a Seleção Brasileira. Na época do Lupo eu já era treinador, não jogava mais. Mas toda essa região sempre apoiou o esporte, apoiou o voleibol e estamos voltando muito felizes aqui. Também aproveito para agradecer a hospitalidade que tivemos em Araraquara e agradecer o pessoal da academia Health, que nos recebeu muito bem. O importante é estar aqui, iniciar bem a Superliga. Sabemos que é o início, Araraquara tem uma equipe nova, uma equipe que está começando a investir, mas vamos ter todo respeito e atenção para não ter surpresa.



A Uniara vem de uma pedreira contra o Sesi e vocês vêm de um título conquistado no domingo. Como você vê o fato das duas equipes chegarem a essa partida após uma sequência intensa de jogos?

Certamente a pedreira da Uniara foi bem mais complicada, pois o Sesi é uma das equipes favoritas ao título da Superliga, mas certamente foi um bom treino para a Uniara nos enfrentar. Nós jogamos contra uma equipe jovem do Fluminense, ganhamos o título carioca e foi muito bacana pelo apoio ao voleibol carioca, que tem um trabalho de base muito interessante. Mas nosso problema não é o desgaste e sim a falta de ritmo. Já a Uniara já vem aí com uma participação no Campeonato Paulista, Copa São Paulo, onde ganhou um pouco mais de ritmo que nós.

A Fernanda Venturini, sua esposa, é vencedora de muitos títulos. Para ela, acabou de vez a carreira como atleta?

Sim, chega uma hora que o físico não deixa. Ela operou o pé agora e está voltando a pedalar, fazer ginástica, mas chega de voleibol. Ela teve uma carreira longa, brilhante, mas chega uma hora que o corpo não aguenta mais.

Você elogiou o Gigantão e aqui em Araraquara estamos com a esperança de receber jogos da Seleção Brasileira no futuro. Como você avalia a Seleção e os adversários dela nos dias de hoje?

Estamos em um momento de renovação, com algumas trocas no grupo. Sabemos das dificuldades. O voleibol masculino no mundo é um voleibol muito competitivo. Há um hall de oito a dez equipes no mundo que se você não tiver em um dia feliz, você vai perder para elas. A Rússia é a que vem em um melhor nível, ganhando mais campeonatos. Além da Rússia, temos Itália, Sérvia, Bulgária, Polônia, Estados Unidos, além de Canadá, França e Argentina, que também cresceram muito. Estamos competindo entre os melhores do mundo. Não temos mais o domínio que tivemos por um bom tempo, mas vamos trabalhar para resgatar isso. Tivemos uma sequência grande de vitórias e tínhamos a ilusão de que éramos imbatíveis. Há um cenário de muita competitividade, diferente do voleibol feminino, onde há menos equipes nesse patamar e a nossa Seleção realmente sobra nesse cenário internacional.

O seu profissionalismo dentro e fora de quadra fez você ser esse técnico respeitado não só no Brasil como no mundo. Isso ajudou no crescimento e da carreira do Bruno (levantador, filho de Bernardinho), que hoje também é um dos melhores jogadores do mundo?

Acho que é o exemplo. Sempre falei para ele que o que ele escolher para fazer, deveria ser feito com seriedade e dedicação. Isso é o que qualquer jovem deve fazer ao abraçar uma carreira. É preciso ser dedicado, determinado e não acomodar. Esse tem sido o percurso dele e com isso ele tem conseguido sucesso. Ele também teve o exemplo da mãe, a Vera Mossa, que também foi uma grande jogadora do interior de São Paulo, de Campinas e da Seleção Brasileira. O que eu tentei passar para ele foi isso, de tentar correr atrás de seus sonhos com seriedade e profissionalismo. Ele tem feito isso e espero que continue. Nosso sonho conjunto agora é fazer uma bela Olimpíada em 2016. Conquistar uma medalha olímpica, de preferência de ouro, seria o coroamento de um sonho de nós dois.

Qual a dica que você daria à equipe de Araraquara, que fará a sua estreia na competição que reúne as maiores equipes do país?

Não tem um segredo. O caminho é de suor, trabalho e aprendizado. O time deve acima de tudo ver a competição como um aprendizado. A equipe vai perder, vai aprender, vai amadurecer e o importante é não desistir, não esmorecer e não acomodar, pois não cabe acomodação na Superliga. O espírito é esse, de luta, de guerra e muito treinamento. E o mais importante é que as pessoas apoiem e que entendam que a equipe está começando, enquanto outras possuem um investimento muito maior. Se esse percurso for apoiado pela torcida, ao longo dos anos a equipe de Araraquara terá uma condição melhor do que a que tem hoje.

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